sexta-feira, 9 de novembro de 2012

  
Fiz-me palavras,
Assim poderias me ouvir
Fiz-me poesia,
Para alcançar a tua alma.
Fiz-me rodopio no ar,
Para que pudesse me arrebatar.
Fiz-me passos lentos,
Para que pudesse me alcançar.
Fiz-me toda carência,
Para que teu corpo a suprisse.
Fiz-me dengo intenso,
Para aninhar-me em teus abraços.
Fiz-me rosa no teu jardim,
Para colorir e perfumar seus dias.
Fiz-me orvalho, nos teus dias mais secos,
Apenas, porque é assim que se provê o amor...

Mas...
De tudo que me fiz, você muito pouco quis. 

Então,
Juntei tudo na mala do desprezo e arrastei caminho afora.

Quem poderá querer ainda:
Palavras que se tornaram ecos vazios?
Poesia sem sentido?
Rodopio a ermo?
Pés vacilantes e sem chão?
Passos lentos e atrasados?
Um dengo carente?
... Estou vendendo um coração
Com sonhos dilacerados
Teria algum pretendente?
(Marly Bastos)

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